Educadores explicam as razões que determinam o destaque de certas escolas públicas no Processo Seletivo do Sol

Postado em:
31/10/22
O Instituto Sol faz anualmente um processo de seleção em busca de jovens talentos, estudantes do 9º ano da rede pública, para identificar jovens de baixa renda que demonstrem ter garra, resiliência e busquem conquistar um futuro melhor para si e suas famílias, através da educação. Os 60 alunos selecionados participam de um cursinho preparatório para os exames de admissão do ensino médio nos colégios parceiros do Sol: Bandeirantes e Santa Cruz.
Esse processo ocorre em parceria com várias escolas estaduais e municipais da região metropolitana de São Paulo. Pelo segundo ano consecutivo, duas instituições se destacaram pelo número de candidatos inscritos: as escolas estaduais Doutor Kyrillos e Carlos Maximiliano Pereira Dos Santos.  
Assim, decidimos investigar as razões que motivam o envolvimento de seus alunos no processo de seleção e que determinam o sucesso de aprovação no Instituto Sol. Para isso, conversamos com alguns dos profissionais que atuam na direção, coordenação e pedagogia dessas escolas.
Os alunos da Escola Estadual Doutor Kyrillos são destaque desde 2017. Desde lá, foram 242 alunos participantes e 18 aprovados nos colégios parceiros do Sol. Só em 2022, 37 alunos se inscreveram para concorrer a uma vaga como Jovem Sol. Segundo Mary Hamanaka, diretora da escola, “o processo de seleção, por si só, é um instrumento muito eficaz para que os alunos melhorem a conduta, a convivência e o rendimento escolar”. Ele também é muito importante pois “todos estudam respeitando a capacidade de cada um, ao mesmo tempo que provocamos um certo desafio para que eles extrapolem a capacidade, façam sempre um pouco mais do que são capazes, e isso vai aumentando seus desempenhos”, completa. A ideia é analisar o que cada aluno precisa melhorar, e investir nas suas particularidades como um ponto acelerador.
Para a diretora, o bom resultado obtido ao longo dos anos também deriva da postura propositiva da equipe da escola. Os professores são protagonistas quando o assunto é preparar os alunos para o processo de triagem.  “A equipe se identifica muito com a causa, e todas as propostas que eu coloco eles vão construindo junto comigo. A maior parte dos eventos são organizados pelos alunos e professores. Eu acho que talvez o grande diferencial seja que os alunos adoram estar na escola, eles se sentem muito acolhidos.”
Esses profissionais enxergam na missão do Sol a sua própria missão e vocação como educadores, tornando-se peças-chave para o sucesso de seus alunos. Isso também se vê na Escola Estadual Carlos Maximiliano Pereira Dos Santos, cujo sucesso da parceria com o Sol atribuímos à dedicação da professora Maria Alice Bueno, responsável pela divulgação do processo seletivo dentro do Maximiliano. Ela conta que desde antes do 9º ano já começa a apresentar o Instituto para os alunos e prepará-los para o processo de seleção. “Todo mundo conhece a história do Lucas Bueno e da Daniela Gomes, os primeiros alunos do Max, como gentilmente chamam a escola, aprovados no Instituto Sol, se tornando fonte de inspiração e referência para os demais colegas”.  
O mesmo ocorreu na Escola Estadual Keizo Ishihara. Após a aprovação da aluna Isabella Borges, no ano passado, a adesão ao projeto do Instituto Sol cresceu consideravelmente. Em 2022, foram 23 inscritos, vinte a mais que no ano anterior.
Muitas vezes os jovens de baixa renda não se sentem dignos e merecedores de ocupar posições de relevância na sociedade. Comportamentos como a autossabotagem e a desmotivação são comuns nesse contexto, e por isso o trabalho de incentivo e acompanhamento realizado pelo corpo docente é tão importante. Independentemente da aprovação nos exames de ingresso, todos os ex-alunos afirmam que a participação no cursinho preparatório trouxe efeitos positivos para a expansão de seus horizontes, e indicam o cursinho como forma de desenvolvimento acadêmico, aumento de autoestima e autoconfiança.
Assim, a parceria entre escola e Instituto Sol age duplamente para o desenvolvimento dos jovens. Para além das notas e do desempenho escolar, observa-se uma mudança na mentalidade dos alunos. “Quando ele (aluno) se torna crítico, sabe o que quer e onde pode contribuir, ele quer trabalhar mais, criar mais, se envolver e ainda crescer. (...) Eles percebem, pela primeira vez na vida, que podem ir além, e passam a dar valor para si mesmos”.

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